Laranja Mecânica
Autoria: Anthony Burgess
Edição: Aleph
Nota: Cinco estrelas
Sinopse: Narrada
pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história
cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e
provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. A estranha
linguagem utilizada por Alex - soberbamente engendrada pelo autor - empresta
uma dimensão quase lírica ao texto. Ao lado de "1984", de George
Orwell, e "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, "Laranja
Mecânica" é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que
caracterizou o século XX. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por
Stanley Kubrick é uma obra marcante: depois da sua leitura, você jamais será o
mesmo.
Agora em nova tradução brasileira.
Avaliação: Um clássico um tanto
bizarro e realista. E por mais que esses dois adjetivos pareçam se contrapor,
não consigo pensar em nada melhor. A obra de Anthony Burgess foi adaptada para
o cinema por Stanley Kubrick. Nunca assisti ao filme, mas sei que com exceção
do final, é bem fiel ao livro.
A história conta a vida de Alex DeLarge, líder de uma gangue de
adolescentes que tocam o terror na cidade. A narração é em primeira pessoa,
portanto, nós temos todo o desenrolar dos fatos pelo ponto de vista de Alex.
O motivo de tanta violência? Diversão. A história é passada num
futuro desconhecido, onde se mata, estupra, rouba. Por nada. Uma sociedade
corrompida, onde os jovens não respeitam os mais velhos.
Agora eu preciso ser bem sincera. Já li milhões de resenhas de
Laranja Mecânica, onde as pessoas escrevem como se fosse o melhor livro já
escrito. Nunca li nenhuma fazendo uma crítica mínima que seja. E o que eu vou
dizer a seguir, não é uma crítica, mas um conselho que eu nunca vi ninguém dar
a respeito dessa obra. Anthony Burgess não escreveu com o intuito de lhe
agradar, de divertir o leitor. Portanto, se você gosta de livros como forma
unicamente de entretenimento, nem perca seu tempo com este. Você vai achar uma
droga. Uma amiga minha que assistiu ao filme disse que detestou. Se ela
detestou o filme, que é algo mais fácil de entreter, imagine se ela lesse.
Laranja Mecânica é uma crítica. Uma
crítica a politica, a sociedade, a psicologia, ao ser humano. E é uma crítica
brilhante. Todas as questões são atuais, o que me levou a pensar que a
sociedade anda ferrada há muitas décadas e muitos séculos, talvez. Não espere
lições de vida. Se houve alguma, eu não captei. E se você leu e captou, me diga.
Não digo que me apaixonei pelo Alex, mas por pior que ele seja, é
quase impossível não amá-lo. Houve momentos em que eu o achava tão inocente.
Mesmo ele tendo maltratado velhinhos, estuprado meninas e matado inocentes, de
alguma forma, você se apega ao protagonista.
O livro é dividido em três partes. A primeira conta as loucuras,
violências praticadas pela gangue do Alex e o dia a dia dele e dos seus amigos,
até o dia em que o protagonista é preso. A segunda parte é onde, na prisão,
Alex é apresentado ao tratamento Ludovico, que promete “curá-lo” de toda a
maldade que possui dentro de si. Transformá-lo num sujeito apto a viver em
sociedade, sem praticar violência. A terceira parte conta os efeitos desse
tratamento e suas consequências.
No futuro incerto onde a história se desenvolve, os adolescentes
usam uma linguagem chamada nadsat. Por ser narrado por Alex, há muitas gírias
estranhas que ele e seus amigos utilizam. No começo, é impossível não estranhar
e ficar indo ao final do livro olhar o dicionário. Depois de um tempo, você se
acostuma e aquelas palavras estranhas não te incomodam mais. Dá pra entender
mesmo que você não saiba um significado ou outro.
Agora uma dica: se você não curte clássicos, mas quer começar a
ler alguns, não comece por Laranja
Mecânica.
Minha edição é aquela em homenagem aos 50 anos da história. Capa
dura, cheia de informações adicionais por dentro, uma folha diferente,
provavelmente mais cara e várias ilustrações. As letras são de um tamanho ótimo
e fácil de ler. A edição custou apenas os meus rins, mas valeu a pena.
Por: Mar
Tenho um pouco de vontade de ler esse livro, mas as resenhas que vi falaram que ele é um pouco pesado e não to no clima pra livro pesado no momento. Talvez daqui a um tempo dê mais vontade de lê-lo.
ResponderExcluirhttp://coupleliterario.blogspot.com.br/
É verdade. É bem pesado, embora eu tenha achado a linguagem tão leve, tão simples (mesmo com tantas gírias que a gente não conhece), que não me incomodou as partes pesadas.
ExcluirParabéns pela resenha, pela primeira vez alguém não romanceou esse livro demasiadamente, além da sua escrita ser muito fluida :)
ResponderExcluirConcordo, LM não tem moral, não busca nos ensinar e sim apenas expor, expor tudo que inconscientemente acontece no passado, presente e continuará no futuro devido a natureza da crueldade humana, entretanto, Alex é o ápice do carisma, impossível não cair de amores por ele.
Sua amiga não se entreteve com o filme? Mas isso é raro, tamanha a carga de jogo de imagens que o Stanley fez, eu amo o filme por ser ainda mais bizarro que o livro.
ótima resenha, fiquei feliz de você ter ido no meu blog e me permitido conhecer o seu, adorei, mesmo! Beijosss
Desde que li o livro, me incomoda o fato das pessoas romancearem demais a história.
ExcluirFico feliz por saber que, se alguém percebeu o mesmo que eu, isso significa que eu devo ter captado bem a história.
Alex é uma contradição. Você fica horrorizada com o que ele faz, mas não consegue sentir repulsa. Se afeiçoa a ele demais haha
Não, ela detestou o filme. Mas acho que também o fato de ser ainda mais bizarro, por conta das imagens (ver é mais impactante do que ler e imaginar), creio que tenha chocado muito ela. Pretendo assistir o filme esse ano, é uma das minhas metas haha
Eu que fico feliz de você ter vindo aqui e comentado algo tão construtivo kk Obrigada ;D
No fim das contas ainda não tinha lido sua resenha! Sério que vc gostou mais da minha que da sua? Achei a sua muito mais completa e mais bem escrita! hahahaha
ResponderExcluirSim, cheguei à conclusão de que não estamos loucas e de que o Alex é realmente muito cativante, já que não somos as únicas a gostar dele!
No fim, achei as gírias nadsat horrorshow e incorporei algumas ao meu vocabulário! :P (acho que, no fim das contas, eu sou louca mesmo)
Samara - www.infinitoslivros.com
Seríssimo! haha Pelo visto é unanime! Alex é só amor <3 kkk
ResponderExcluirNa época que eu li o livro, eu andei incorporando algumas gírias ao meu vocabulário, nas conversas com amigos e tal. Principalmente o 'horrorshow'
Mar.
Eu adorei moloco! hahahahahaha
ExcluirComo bebo leite c toddy todo dia, moloco caiu bem! hahahaha ;)