Clube
da Luta
Autoria:
Chuck Palahniuk
Editora:
Leya
Nota:
5 estrelas
Sinopse:
Considerado um clássico moderno
desde sua publicação em 1996, o livro Clube da Luta consagrou Chuck Palahniuk
como um dos mais importantes e criativos autores contemporâneos, além do
próprio livro como um cânone da cultura pop. O livro que estava esgotado há
anos volta às livrarias nessa caprichada edição. O clube da luta é idealizado
por Tyler Durden, que acha que encontrou uma maneira de viver fora dos limites
da sociedade e das regras sem sentido. Mas o que está por vir de sua mente pode
piorar muito daqui para frente.
Avaliação:
A
primeira regra do clube da luta, é que você não fala sobre o clube da luta.
A
segunda regra do clube da luta, é que você não fala sobre o clube da luta.
E aqui vou eu quebrar as duas primeiras regras
falando sobre o clube da luta...
Acredito que todo mundo que lê, possui alguns
títulos na memória que ficarão marcados para sempre. Clube da Luta entrou para
a minha lista mental de favoritos. O filme é bem conhecido, mais até do que o
livro que o originou. Se algum dia na minha vida assisti ao longa metragem, não
me recordo. Por isso, tudo que li era inédito. Comprei sem saber do que se
tratava o enredo. Mas pensei “se todos falam tão bem do filme, o livro não deve
ser ruim”. Embora esse tenha sido meu pensamento, confesso que não criei muitas
expectativas.
O inicio é bem confuso. Os primeiros capítulos me
deixaram acreditando que a leitura seria difícil, que eu ia precisar filosofar
muito pra entender tudo. Só que não foi bem assim, graças a Deus! A leitura
começou a ficar muito gostosa ao ponto de eu ter pena de ler, pois o livro é
curtinho e iria acabar rápido. Agora que acabou, estou com aquela sensação de
ter ficado órfã.
Eu pensava que seria só sobre lutas, sabão (quem já
leu ou viu o filme vai entender) e filosofia. Mas ai aparece uma mulher. Um romance!
Um triângulo! Um clichê! Um clichê dos mais incomuns possíveis, mas ainda
assim, um clichê. Jurava que seria uma leitura pesada, devido à abordagem das
lutas e pancadaria. Surpreendi-me quando me peguei rindo em diversos trechos.
Fiquei me perguntando se fui a única a ler e achar o narrador e a Marla
engraçados. Depois de uns três capítulos, me vi viciada.
Basicamente, existem três personagens marcantes. O
Tyler Durden, o narrador (que a gente não descobre o nome, ele representa
apenas uma pessoa comum) e Marla Singer. Chuck Palahniuk definitivamente soube
criar bons personagens, bem embasados e com personalidades reais. Isso por si
só já me fez amar o livro.
O narrador é um funcionário comum em uma empresa,
com problemas de insônia e que, pra conseguir dormir, frequenta grupos de
apoio. Grupos que não têm nada a ver com seus problemas, como “Homens
Remanescentes Unidos” que é destinado a homens com câncer de testículo. É numa
dessas reuniões desse grupo específico, que ele conhece Marla. Só por esse fato,
já dá pra ter uma noção de quão peculiar é essa mulher.
Tyler e o narrador se conhecem durante uma viagem de
trabalho. Logo em seguida, vão morar juntos devido uma explosão sem explicação
no apartamento do narrador e se tornam melhores amigos. Nos primeiros
capítulos, você percebe que Tyler é tudo aquilo que o narrador gostaria de ser,
pois enquanto o narrador tem um emprego comum e uma vida medíocre, Tyler é
inteligente, esperto, forte, cheio de energia e com coragem o suficiente pra
perseguir seus ideais. Ou seja, o leitor se vê cativado pelo idealismo de Tyler
Durden.
A ideia do clube da luta surge em um bar, quando
Tyler pede para o narrador lhe bater. A partir desse ponto, muita coisa
acontece. O clube da luta vai ganhando grandes proporções porque muitos homens
se identificam com a filosofia e modo de pensar de Tyler. Para esses homens,
levar socos fazia todo sentido.
Com relação a esse livro, eu prefiro não comentar
muito sobre o enredo, nem sobre os personagens. A graça e a magia acontecem melhor
se você for ler na ignorância. Ai sim, a genialidade do autor aparece. Acho que
se eu tivesse alguma recordação do filme, a leitura não teria sido tão
impactante. E eu, que não esperava nenhum mistério, acabei sendo surpreendida
da melhor forma possível.
Sobre as críticas e filosofias que o autor inseriu
em todo o contexto da trama, você absorve sem nem sentir. Não é aquele tipo de
leitura densa, que exige muito do leitor. Não é aquele livro que você lê
preparada pra tirar alguma lição, embora eu tenha começado a ler dessa forma.
Até eu começar a me apaixonar pelos personagens e rir do narrador e suas
tiradas cômicas sutis. Depois disso, foi puro divertimento. Eu quase nem
prestei atenção no que estava por trás de toda a violência. E mesmo assim, é
impossível não notar a crítica ao consumismo, à sociedade moderna, aos padrões,
a essa busca por uma identidade própria e por aí vai. Também há todo um
questionamento sobre a morte.
“ Você não é o que você veste, você não é a sua camisa da Hollister, sua cueca Calvin Klein, seu terno Armani, sua bolsa Prada ou seu tênis Nike”
A luta externa, a meu ver, só representava
metaforicamente, a luta interna diária de todo ser humano que nasce, cresce,
estuda, trabalha, faz família... E vive apenas para isso. Trabalhar, ganhar
dinheiro e comprar coisas que não precisa. E também, essa questão de que
vivendo essa vida padronizada, você acaba não vivendo. Levar porrada e sentir
dor era uma forma de se sentir vivo.
A forma como
o autor vai levando e mostrando os fatos da história é um pouco diferente do
que eu estava acostumada. Ele dá saltos, pulos e deixa buracos de um capítulo
para o outro e às vezes, dentro do mesmo capítulo. Por isso, quando iniciei a
leitura, achei confuso e estranhei. Mas confiem em mim, no final, tudo faz
sentido. Todas as pontas soltas são amarradas magistralmente.
E antes que eu esqueça, não sei dizer ao certo o
motivo, mas os personagens me lembraram muito os personagens de O Lado Bom da
Vida. O narrador me lembrou demais o Pat Peoples e a Marla me lembra a Tifanny
e ao mesmo tempo, a mãe do Pat. E a relação do Tyler e da Tifanny me lembrava
da relação dos pais do Pat. Talvez eu seja a única que vê semelhança.
Amei a capa, a diagramação, a folha e o tamanho da
letra. Não tenho nenhuma ressalva com relação à edição que tenho.
Clube da Luta é um daqueles livros que eu acho que
todos deveriam ler. Recomendo!
Por:
Mar
Oi Mar! Uau, que resenha perfeita! *--* Parabéns! Já ouvi falar do filme, mas nunca assisti.Confesso que a primeira coisa que eu pensei é que O Clube da Luta só tinha violência, mas fico feliz em saber que não é só isso! Ainda por cima tem um romance *o* Como assim? Gostei :D Achei bem curioso essa ideia do narrador não ter uma identidade, nunca li um livro assim. Lógico que vai para minha listinha de desejados! <3 Se eu encontrar na Bienal eu compro <3
ResponderExcluirBeijos.
http://livros-nerdices-tudomais.blogspot.com.br/
Obrigada! Espero que você consiga comprar. É uma leitura muito viciante, vale muito a pena.
ExcluirInvejinha de quem vai pra Bienal haha Mas aproveite!
Mar.
Oi Mar, achei sua resenha incrível. Sempre tiver muita curiosidade em ler esse livro, nunca vi o filme nem nada, mas o livro me chama muito a atenção, tanto pelo enredo quanto pela capa.
ResponderExcluirBeijos, espero um dia que eu leia.
lendocomabianca.blogspot.com
Pois leia o livro antes de assistir o filme. Nossa, é uma leitura muuuuuito boa. Não cansa, sabe? Sem contar que tem conteúdo, tem tudo... é um livro completo.
ExcluirMar